A
partir do próximo sábado (15), a Fundação utilizará IFA produzido em território
brasileiro.
Por Agência
Brasil
A
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começa a fabricar a vacina da
Oxford/AstraZeneca com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) produzido no
Brasil no dia próximo sábado. A previsão foi feita pelo vice-presidente da
instituição, Mario Moreira, em entrevista coletiva do Ministério da Saúde.
De
acordo com o dirigente, a fundação está em condições de produzir e obteve a
certificação de boas práticas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), mas ainda há procedimentos de avaliação a serem realizados, além do
processo do registro definitivo do imunizante.
“Vamos
ter que produzir lotes de validação acertados com procedimentos internacionais
e a partir daí a gente já começa a produzir em escala industrial. Os testes
deverão aguardar o registro definitivo da Anvisa. A expectativa é que em
outubro tenhamos a liberação para entregar estes lotes produzidos de maio em
diante”, disse Moreira.
A
produção com o IFA nacional é resultado de um acordo de transferência de
tecnologia entre a Fiocruz e o consórcio formado pela Universidade de Oxford e
pela farmacêutica AstraZeneca. Até o momento as doses produzidas dependem de
insumos importados da China.
Falta
de matéria-prima
A lentidão no envio do IFA tem dificultado o andamento da imunização no Brasil. Na sexta-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi questionado sobre as ações tomadas para acelerar a liberação dos insumos diante da previsão do Instituto Butantan, que pode cessar a produção da Coronavac na semana que vem.
“Estamos
sempre junto com eles para monitorar o recebimento dos insumos. O ministro
(Marcelo Queiroga) esteve presente hoje com o embaixador chinês (Yang Wanming).
Estamos sempre conversando quer com embaixada em Pequim ou com embaixador
chinês no Brasil”, disse.
Balanço
O
secretário executivo apresentou um balanço das vacinas contra a Covid-19
adquiridas. Até o momento, haveriam 532,5 milhões de doses contratadas.
Perguntado por jornalistas se todo este montante já teria garantia em contrato,
Cruz respondeu que esse quantitativo estaria “pactuado”.
“Não
dá para falar que vacina não está contratada. Ela está formalizada. Não há
chance de não receber essas doses conforme previsão contratual. Existem doses
que são contratadas diretamente pelo governo e outras que são entregues pela
Fiocruz”, colocou.
De
acordo com a previsão do governo federal, ainda há 20 milhões de doses da
indiana Covaxin e mais 10 milhões da russa Sputnik V, mas os dois imunizantes
tiveram as importações negadas pela Anvisa. No caso do imunizante russo, a
direção da Anvisa afirmou que da forma como ele foi desenvolvido seria
impossível a aprovação.